Um sonho muito grande: aproveitar muitos campos de girassois. Um sonho menor, campos de lavanda, mas ainda assim lindo, né? É que girassol é amor muito antigo.
Faz um tempo que eu queria visitar algum dos campos de lavanda perto de Londres – que, quando soube da existência, fiquei surpresa! Sabe quando a gente, por pura leseira, acaba só ligando lavanda à Provença?
Confesso que eu queria ir à Provença num futuro próximo, mas estamos no meio de uma pandemia e viajar não vai ser possível. Porém, dentro do Reino Unido não tem problemas e aproveitamos que tínhamos um carro disponível, já que dormimos uma noite em Ramsgate e, assim, na volta, paramos na Mayfield Lavender Farm 🙂
Os campos perto de Londres tem diferentes preços, regras e tudo mais. Com a pandemia, algumas das regrinhas também mudam e é bom checar no site de cada um deles.
Pra mim, o Mayfield foi a melhor opção, pois estaria no meio do caminho e também porque estávamos com a Kaya, nossa cachorrinha, e cachorros podem passear por lá. Eles também não fazer pré-reserva, mas sugerem evitar finais de semana pela quantidade de gente (é grátis). Em alguns campos, existe a possibilidade de fazer piquenique <3, mas neste não.
Há poucos quilometros de Londres, aqui vão algumas das fotos que tiramos por lá. Podem ver que eu me inspirei na modelagem, haha! Mas é que teve uma tacinha de vinho antes disso tudo.
Eu viajo só. Completamente natural. E, quando viaja-se só, tudo o que fazes é, o que? Só! Inclusive sair pra jantar sozinha.
Quando fui à Atenas, tive a sorte de ficar no melhor hotel da cidade por trabalhar na mesma cadeia e pagar quase nada por uma suite absurda. E com isso, tive o serviço de mordomo. Logo, ele me indicou um restaurante super funky, trendy, cool da cidade.
Chegando ao local, me vi com duas opções: Me fazer de cool e esquecer toda a vergonha de chegar sozinha, ou então, assumir logo todo o embaraço que chegar sozinha num lugar lotado traz e falar: antes de mais nada, me traz um drink pra apaziguar essa vermelhidão nessas bochechas enormes que tenho?
Mas preciso informar que o rosado no rosto é fruto de algum tempo sem viajar sozinha ou então de marinheiros de primeira viagem. Depois da quarta saída pra jantar sozinha tudo vira festa. Já chegas rindo e premeditando situações. Funny, at least.
Antes de sair do hotel, perguntei ao Buttler sobre um tal bairro e ele me disse: You won’t like this place. It’s heavy, old and a lot of greek dancing. Only Greek music. Eu disse. Mas é a inserção na cultura que quero! No momento não sei se ele teve algum “pré-conceito” contra mim, tipo: essa índia cheia de pena nas orelha não vai curtir o clima local.
Fui direto ao restaurante que ele me indicou, em Gazi. “For sure you’ll like it. It’s trendy!”. Tsc tsc.
Chegando ao Mamaca’s… Senta fora, dentro? Onde é melhor? Tás sozinha? Sim, estou. Ahhh! Uma pessoa só?!?
Silencio.
Eu e eu: e sempre com meu caderninho de anotações.
As pessoas ainda sentem um desconforto muito grande quando eu falo que viajo sozinha. Só elas, porque eu, sinceramente, adoro. Depois da primeira vez, vira vício. Um encontro com si mesmo e com tua própria essência.
Sempre digo a mim mesma que tenho que ter algum aliado quando saio pra jantar só e não me sentir desconfortável com tantos olhares de pena ou até de curiosidade alheia. O jantar pode te inibir. Não a comida em si, mas o ambiente em que estás. Ainda mais se for numa cidade que acabas de chegar e que nem falas o idioma deles.
Há pessoas que já possuem um aliado intrínseco: a observação. Os observadores não precisam de mais nada. É tão natural observar que o olhar vira a tua melhor companhia. Minha melhor companhia é outra; ou melhor, são outras: o papel e a caneta. Escrever e, assim, descrever, me comove. E me sinto totalmente à vontade com a caneta na mão.
Eu admito que para os outros deve ser um tanto estranho ver uma mulher chegando a um restaurante com sua caderneta na mão. E bem vestida, arrumada – e digo isso do fundo do coração porque capricho em cada detalhe antes de sair, afinal, estou indo para um encontro com a pessoa mais importante da minha vida: eu!
E alternando, claro, entre a observadora e a iniciante a escritora. Escrevo: Observo. Escrevo mais. Deixo a caneta de lado. Observo as gentes passearem, olharem. Serem.
E nesse observa-escreve, converso comigo mesma com palavras escritas à meia-luz; aproveito cada segundo do jantar e aprecio as horas que dediquei à mim.
Fotos mal tiradas, mas quem se importa? Uma das coisas arriscadas quando viajamos sozinhas, hehe.
Eu e o garçon que, no final, ainda me indicou para onde ir depois.
Sabe aqueles sonhos antigos? Eu sempre quis viajar de caravana – a primeira ideia sempre foi de viajar pela Austrália, mas aí, de repente, com uma vontade de buscar ondas por Portugal, pensei: – “Gente!”. Nesse momento, eu pensei na total liberdade de alugar uma caravana e ir escolhendo onde parar, seja num camping mesmo ou fazendo camping selvagem.
E foi exatamente o que aconteceu. E foi a melhor das escolhas que poderíamos ter tido. Mais ainda: no meio do verão, poderiam ter ondas ou não, já que estávamos em busca de surf, poderia estar extremamente lotado. Escolas de surf, férias de criança. Melhor se preparar pra tudo!
O processo de aluguel foi bem fácil
Nos cadastramos num site só de caravanas. Escolhemos uma perto de Lisboa e com ar-condicionado, bons comentários, analisamos o tamanho, etc. Foi tudo de primeira viagem, então fomos conversando e pensando no que seria importante pra gente. Os filtros foram: menos 5 anos de uso, ar-condicionado e o tamanho. Era nossa primeira vez e acho que acertamos em cheio 🙂
Chegamos lá nervosos, haha. Duncan bem mais que eu, obviamente, já que quem iria conduzir era ele. No início, ele ficou tenso, mas a Joana, dona da caravana, foi tão maravilhosa com a gente que nos tranquilizamos um pouco (ou será que só eu?). E durante toda a nossa viagem também – sempre disponível e dando muitos conselhos e sugestões. O site de caravanas é como um airbnb, sabem? Tem comentários, fotos e tudo sobre os proprietários.
Começamos a dirigir e tudo foi ficando mais óbvio. O desconhecido, né? A gente realmente não tinha ideia do que era até viver a experiência. Onde iriamos estacionar? Camping? “Wild camping”? Como trocar de roupa, dormir, esvaziar o recipiente do banheiro?
Pois fizemos de tudo. É MUITO tranquilo e nada paga a liberdade de ir embora de um lugar que não gostamos. Ou que estava muito cheio, por exemplo.
Em toda a viagem, só uma vez ficamos num camping “festa estranha com gente esquisita”. Era mais que um camping pra algumas pessoas, parecia que elas moravam por ali. Fiquei aflita. Mas tudo ok – não era nada demais, só que não nos sentimos à vontade.
Importante e acho que esse é o melhor item e o que causa mais dúvidas!
Muita gente pode ficar aflita sobre como esvaziar o recipiente do banheiro. Entendo, eu estava, hahah! Esse era o meu trabalho, já que o Duncan estava se preocupando com a direção.
Número 1: não tem tanto a se preocupar, já que existe uma pastilha que colocamos no sanitário e que deixa tudo sem cheiro e azul. Ou seja, não vai ter cheirinho de xixi. Todo o xixi e cocô que fazemos se dissolve com a pastilha e fica tudo azul. Não que cheiros naturais sejam ruins, mas dias com cheiro de cocô e xixi não rola, né?
Número 2: tem que ir olhando porque não tem descarga normal, né? Tem que ver quando vai enchendo. Quando tiver mais da metade, tem estações nos campings e em outros lugares mais abertos para esvaziar o recipiente. Tem luva, tem todas as coordenadas para esvaziar sem problemas. Não cheira!!! Não se preocupem, haha. Não tem motivo sensorial pra ter nojo.
Número 3: Vou confessar que, como foi nossa primeira vez, nós combinamos de não fazer cocô na caravana. Nós usávamos os banheiros dos campings… Mas dia ou outro, não tinha escolha, acabamos por fazer e tudo de boa.
😎
Um outro mundo
Eu, honestamente, não tinha noção deste “outro” mundo. Pra mim, as opções sempre foram hotel, albergue, apartamento alugado, bed and breakfast, chambre d’haute ou qualquer tipo de alojamento que não fosse um automóvel.
Alugávamos um carro ou escolheríamos algum outro meio de locomoção se fossemos ficar em várias cidades e voilà.
Eu nunca pensei que tanta gente, tantas famílias, tanta pessoas nesse mundão escolhem essa maneira de viajar. Que delícia! Que liberdade! E, sim, eu vi, bebês, crianças, jovens, casais, idosos, famílias inteiras – existem diversos tamanhos de caravanas e, se esse for sonhão como sempre foi o meu, tu vais encontrar alguma bem bacana pro teu tipo de viagem.
Melhores momentos 😍
Sem dúvida, a liberdade. É claro que viajar com segurança é essencial, então escolhemos fazer “camping selvagem” num país que é seguro. Pesquisamos bastante, não estacionamos muito perto de penhasco e também preferimos não estar muito sozinhos. Vimos que tinham outras caravanas estacionadas por perto com famílias, cachorro, gato, papagaio.
Agora imaginem essa felicidade: depois de estacionar, nós abríamos o toldo, pegávamos a churrasqueira vegana (ou quem for de carne, enfim), nosso ukulele (pro Duncan tocar umas músicas pra nós), cervejinha gelada ou vinho, pôr-do-sol e paz.
O tempo parecia parar e o universo todo estava ali, só pra nós. Depois de escurecer, sem poluição, o céu era só estrelas.
Uma extra muito legal: nossa caravana veio com duas bicicletas 😉
Mais abaixo, um pouco de inspiração – vejam alguns dos lugares que passamos.
No próximo post, eu vou preparar um mapa e o nome dos lugares que passamos. Ah! Portugal!
Charme e glamour neste atmosférico restaurante,decorado (copiosamente) com mais 20.000 garrafas, servindo pratos e bebidas de uma típica trattoria – Ah! Itália!
Eu não vejo como um lugar com pessoas felizes não possa ser um sucesso. Antes de comecar a escrever, fui pegar umas referências sobre a história do grupo (que ja amo faz tempo, desde Paris); li alguns trechos e acabei por ler uns artigos falando “mal” do Circolo Popolare.
Minha primeira reação foi de pensar que eu possivelmente não entendo nada, já que minha experiência foi fantastica! Em primeiro lugar, a comida: talvez eu seja mesmo uma pessoa mediana, ja que AMEI minha burrata com o coracao de pesto. A salada deliciosa, corpulenta e com uma mistura de ingredientes que meu paladar pirou. O Duncan tambem amou a pasta e o ragu de atum (tinha atum tartare no topo!).
Os restaurantes de Londres abrem a reserva online para poucas pessoas. Eles incentivam as filas: a gente que chega na porta, coloca o nome e espera ansioso pela vez. Isso me lembra minhas experiencias nos restaurantes concorridos da Italia. É fila, nao tem jeito.
Para reservas de grupos, podemos telefonar e tentar a reserva, se for para mais de 7 pessoas. Quanto mais cedo chegar, melhor. antes das 12 para almoço e às 17 para o jantar.
Vou contar pra vocês, quando o Circolo abriu, em Fitzrovia, eu trabalhava na mesma rua. Um dia, saindo do trabalho, tomei um susto quando vi a quantidade de gente fazendo fila, logo ali. Além da fachada chamar atenção pela quantidade de plantas, eu olhava lá pra dentro, curiosa, e via tanta luz, uma decoração exagerada, mas ao mesmo tempo cheia de glamour. E aí que fui me dar conta que era o novo restaurante do grupo Big Mamma, em Londres. O segundo em Londres – o primeiro se chama Glória e fica no leste, em Shoreditche.
Antes de falar mais sobre o Big Mamma, aqui vão algumas fotos para que vocês possam visualizar o lugar.
Os restaurantes Big Mamma são trattorias descontraídas que servem comida italiana autêntica. Eles compram todos os produtos na Itália e cozinham 100% na casa. Com muito amor(e)! Olha a cara de felicidade dessa bichinha que ama a itália, burrata e vinho. O burburinho do restarante me fez delirar. Todas (se não a maioria) das pessoas que trabalham no restaurante são italianas – e eles conversam em italiano, gesticulam, riem alto. São espontaneos e fazem tudo com um sorriso no rosto.
Agora que deu pra entender como o grupo/restaurante funciona, eis as fotos mais esperadas: as da comida!
“Don’t overthink it, if it’s tasty and inexpensive, it’ll already be phenomenal”
Big Mamma é a a história de dois franceses e mais de mil italianos – com uma idade média de 24 anos – que se perguntam, todos os dias, como podem criar os melhores e mais conviviais restaurantes italianos de Paris (e, agora, de Londres)
Circolo – uma “ensolarada” (tá chovendo aqui em Londres enquanto escrevo isso, haha!), trattoria siciliana bem em Fitzrovia, o distrito que tem crescido batante, bem no centro da cidade. Bom, pra vocês terem noção, o Circolo já tem em casa seu grupinho de 130 italianos! Bem doidinhos – e eu amo!!! Oferece, entre outras coisas, a melhor burrata da vida, com o coração de pesto, suas primeiras pizzas a metro e sobremesas escandalosas, tamanho XXL. O Circolo está aberto 7 dias por semana para café da manhã, almoço e jantar sob o teto estrelado. E no verão, existem 60 lugares incríveis no terraço siciliano.
Para conseguir comer. É chegar andando mesmo (um máximo de 7 pessoas).
A maioria das messas são guardadas pra quem não tem reserva e chega na porta, o dia todo, para até 7 pessoas. Se está cheio na hora da chegada, dá pra colocar o nome lista de espera e eles te enviando uma mensagem quando a mesa se liberar. Recomendação: chegar ao meio-dia para almoço e às 5 da tarde para o jantar para garantir seu espaço. Observação: se a lista de espera tiver cheia, claro que tu tens que tentar em outro dia. Sorry!
P.S.: Dá pra tentar, a cada dia, reservar mesa para café, almoço ou jantar, pelo site. Mas é aquele jogo da sorte! Eu nunca vi um lugar disponível, mas conheços sortudos que sim.
Grandes grupos (entre 10 e 25 pessoas): Existem essa possibilidade e pra saber mais, só entrar em contato com eles.